quinta-feira, 16 de julho de 2009

RAÍZES DA UMBANDA

Umbanda é um movimento, mágico religioso genuinamente brasileiro, surgido na cidade de Niterói, bairro de Neves em 15 de novembro de 1908, vindo do plano astral pôr um espírito que a si próprio deu o nome de Caboclo das Sete Encruzilhadas, através do médium Zélio Fernandino de Moraes, com apenas 17 anos de idade que fora acometido de estranha paralisia, que os médicos não conseguiam debelar, certo dia ergueu-se do leito e declarou: Amanhã estarei curado, causando um grande espanto em ver sua previsão realizada. Os tios que eram padres católicos assim como os médicos foram colhidos de surpresa e nada esclareceram sobre a misteriosa ocorrência.

No dia seguinte o amigo, espírita, que ouviu a profecia da cura, se dirigia a Federação Espírita, para mais uma sessão espiritual, mas resolveu dar uma passadinha antes na casa do Zélio, para abraçá-lo, comprovando então a materialização da profecia, pois o amigo estava curado, admirado e emocionado, convidou-o para acompanhá-lo até a Federação para assistir e receber as energias das entidades espirituais, que prontamente teve a aprovação do mesmo e da família.

Assim o jovem de 17 anos chamado de Zélio Fernandino de Moraes, que se restabelecera no dia anterior, de moléstia cuja origem os médicos haviam tentado em vão identificar, teve sua recuperação inesperada por um espírito, causando enorme surpresa a todos que o conhecerá naquele estado doentio.

Adentra com o amigo em 15 de novembro de 1.908 a uma sessão da Federação Espírita, em Niterói, dirigida por José de Souza, que o convida a participar da mesa.
Tomado pôr uma força estranha e superior à sua vontade, contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, o jovem Zelio levantou-se e disse: Aqui está faltando uma flor; retirou-se da sala, pouco depois, voltou trazendo uma rosa, que depositou no centro da mesa.

Essa atitude insólita quase causou um tumulto. Restabelecida a ordem, os médiuns que formam a corrente, assim como muitos da assistência com a mediunidade mais desenvolvida, começaram a sentir uma vibração diferente das habituais, e os espíritos se manifestaram, indagados para dizerem o nome, uns se diziam de pretos velhos escravos e outros de índios caboclos. Esses espíritos foram convidados a se retirar pelo presidente dos trabalhos, advertindo-os do seu estado de atraso espiritual.

Foi então que o jovem Zélio foi novamente dominado pela mesma força estranha que fez com que ele falasse sem saber o que dizia. Zélio ouvia apenas sua própria voz a perguntar o motivo que levava os dirigentes dos trabalhos a não aceitarem a comunicação desses espíritos e pôr que eram considerados atrasados se apenas pela diferença de cor ou de classe social que revelaram ter tido na sua ultima encarnação.Essa observação suscitou novamente a quase um tumulto, seguindo um dialogo acalorado, na qual os dirigentes do trabalho procuravam doutrinar o espírito desconhecido que se manifestava e mantinha argumentação segura.

Um dos médiuns videntes perguntou afinal: “Pôr que o irmão fala nesses termos, pretendendo que esta mesa aceite a manifestação de espíritos que pelo grau de cultura que tivera, quando encarnados são claramente atrasados?”.

E qual é o nome do irmão? Respondeu Zélio, ainda tomado pela força misteriosa: “Julgam-se atrasados esses espíritos dos pretos e dos índios”, e se queres saber o meu nome, que seja este, sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados. E prosseguindo anunciou a missão que trazia de estabelecer as bases de um culto, no qual os espíritos de índios e escravos viriam cumprir as determinações do Astral Superior e ainda devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho para dar inicio a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem e assim cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos encarnados e desencarnados. Levarei daqui uma semente e vou plantá-la no bairro de Neves onde ela se transformará em arvore frondosa.

Às 20 horas, do dia marcado na residência do médium Zélio a rua Floriano Peixoto, 30 em Neves na cidade de Niterói, manifestou-se o Caboclo das Sete encruzilhadas. Declarou que se iniciava, naquele momento um novo culto em que os espíritos de velhos africanos, que haviam servido como escravos desencarnados visto da impossibilidade de suas manifestações, não encontrava, campo de ação.

Os remanescentes das seitas negras, já deturpadas e quase exclusivamente para trabalhos de feitiçaria e os índios nativos da nossa terra poderiam trabalhar em beneficio dos seus irmãos encarnados, sem que houvesse discriminação a cor, à raça ao credo e a condição social.

A pratica da caridade, no sentido do amor fraterno seria as características principais desse culto, que teria pôr base evangelho cristão e Jesus Cristo como mestre supremo.

Tendo sido incumbido de fundar os sete primeiros centros Espíritas de Umbanda. A Umbanda é um movimento mágico religioso, porque a magia é fundamentada nas forças da natureza e no seu domínio. Ela é anterior as religiões do globo, ela foi a primeira criação do homem ainda na fase nômade, e a magia nasce antes das artes da ciência, dos descobertos, pois ela estava enraizada na sensibilidade do homem em sua mente em seu sonho de grandeza, sendo a magia o primeiro recurso da humanidade.

Na terra tudo vive, tudo vibra, dentro de seus graus vibratórios, nas mais diversas escalas, se tudo vive e a vida é dádiva divina, as vibrações potenciais de energia devem ser canalizadas para o aproveitamento harmonioso do bem estar do universo e nesta magia que trabalha a nossa querida Umbanda.
É religioso, porque a Umbanda possui todos os rituais de sacramentos, como vamos ver mais adiante. Portanto Umbanda é a religião destinada a amparar a todos, independente de credo cor ou classe social, que nela buscam alivio para suas dores, energias para suportar a missão destinada neste plano, enfim a Umbanda não prega e muito menos impõe sua religiosidade, deixando a todos os freqüentadores ou simpatizantes, mesmo até seus médiuns, bastante a vontade, ou seja, respeitando o livre arbítrio de cada ser.

Como vimos a Umbanda é um movimento mágico, trabalhando com energias emitida pela natureza e se tudo neste planeta emite vibrações e são vivos a Umbanda jamais mata, mesmo porque sendo uma religião cristã, se detém nas palavras de Cristo na última ceia pascal, em que o último sangue derramado em nome do Pai, seria o do próprio Cristo, pôr isto a Umbanda não possui rituais com sangue e outros sofrimentos de animais em beneficio de determinadas pessoas, como observamos em alguns terreiros, que utilizam o nome de Umbanda, para trabalharem em magias que não pertencem as vibrações Umbandista, esta na hora de cada um não ter a vergonha de assumir as verdadeiras vibrações que pertencem, pois todas as religiões são boas, Cristo nos disse, vários caminhos levarão ao Pai, desde que façamos o que ele nos ensinou. Quem estraga as religiões, somos nos os homens, que pôr orgulho, vaidade e outras ações distorcemos o verdadeiro segmento da religião que pregamos.

Pretos Velhos, Caboclos, símbolo mais expressivo da humildade reclamada pelo evangelho do divino Pastor, usarão nomes e roupagens de acordo com o avanço do meio, depois de arrasado o orgulho dos homens religiosos sem amor e sem caridade, serão roupagens adequadas para demolir o colarinho duro das suas vaidade e preconceitos e falarão a linguagem mais adequada e mais humilde que lhes seja peculiar, para se lembrarem assim de que a linguagem bonita, empolada ao verbo de nada serve se nada convence e nada realiza de positivo e edificante.

Usarão o fumo apenas como esmeril do preconceito e também em substituição ao incenso na semeadura da caridade entre as massas pobres, para que não esqueçam que o expurgo das vibrações negativas dos ambientes em torno do homem e as honras nos altares dispensam turíbulos de ouro e processos suntuosos de purificação. Também será usado para ajustar a adaptação das Entidades aos ambientes heterogêneos e defendendo os trabalhadores do contágio vibratório negativo dos enfermos. Em casos especiais de manejo das forças da natureza na ação mágica e jubilosa para amenizar os cales e os desastres físicos e psíquicos oriundos dos desvios morais das fases punitivas de retorno.

Usarão também o álcool para combater e imunizar os médiuns das moléstias contagiosas. A bebida e o fumo usado como absoluto e justo critério e prudência, servirão apenas como instrumento cientifico da ciência divina para também dispensar e substituir os hospitais terrenos onde os pobres não dispõem de recursos para tão custosa e aparatosa assistência técnica, pelo menos desta forma física que esclarecido para sempre e perfeitamente colocados em seus devidos lugares na joeira indispensável que fazemos.

Munidos todos com macacões simbólicos de carne como operários da grande oficina de Jesus, terão de abalar todos os alicerces do orgulho humano, onde que ele se encontre impelirão todos os religiosos da terra, indistintamente a prática edificante da caridade altruística humilhando gestos de atitudes hipócritas humildade calculado preconceito séptico inveterados, mediunidade domésticas limitadas e aprimoradas pôr convenções falsas do meio, conveniências e vergonhas ajustadas e profanas vaidade a fim de que a caridade e a humildade Cristã desta vez triunfem definitivamente na terra conforme os designo de Deus já que no campo da filosofia as religiões declaram impotência e falência despedaçando assim a indiferença fria em que os religiosos encastelaram.

Sacudirão esses obreiros convocados de todas as escolas cristalizadas na inoperância, pela dor todas as consciências adormecidas no aipo do prazer efêmero a que se renderam as mentes fracassadas. Chamar-se-ão então esse gigantesco exército de legiões espirituais desejosas de rápida reabilitação sobe o tempo perdido nas oficinas da terra. Legiões de Deus ou Umbanda.

A sua definição esclarece perfeitamente e sua origem, afasta qualquer hipótese sub-reptícia e levemente de conivência qualquer com o Africanista, com que se pretende estabelecer paralelo e confundir como sendo a mesma coisa. Umbanda vem de Um-Banda UM que significa Deus em linguagem oriental, simplificada, para não entrarmos em detalhes esotéricos e Banda que significa legião exercito ou lado de Deus, pôr isto e que todo o trabalhador de Umbanda deve ter seu fardamento branco simples humilde como operários da oficina comum da caridade nivelando todos os obreiros.

Podemos dizer que a Umbanda nascida no Brasil utilizou as energias da natureza representadas pelos sete orixás com os nomes africanos. Daí a confusão nascida e o erro de se pensar que a Umbanda nasceu das religiões antigas ou veio da África com os escravos que se instalaram no Brasil, com a colonização.
A liturgia da Umbanda que em seus aspecto simbólico na aparência, lhe da semelhança com a liturgia das religiões Africanista, nada mais pode ser ou significar senão uma homenagem a este povo escravo que lutaram e sofreram massacres dos poderosos na conquista altruística de um mundo melhor e livre de escravidão.

A Umbanda é uma religião essencialmente brasileira, desenvolveu-se e consolidou-se em um credo apropriado à evolução temperamento, cultura e anseio do povo brasileiro.

Do Africanismo, foi buscado a crença da imortalidade dos espíritos e no poder deles sobre os encarnados, permitindo que seus sacerdotes manipulassem os rituais e magia para equilibrarem as influencia do mundo sobrenatural, sobre o mundo material, assim como os Orixás. Do Kardecismo, foi buscado a doutrina sobre a reencarnação, assim como a evolução espiritual do cristianismo, através do evangelho Espírita.. Do Catolicismo foi buscado seus símbolos, através dos santos, servindo imagem física dos Orixás, além dos sacramentos que se assemelham. Também através da religião católica, tivemos o sincretismo, ou seja, os Jesuítas tentavam incutir sua crença nos escravos ensinando-os o catecismo, obrigando a participar de seus atos religiosos, como houve dificuldade de se impor a esta obrigatoriedade, os jesuítas solicitaram aos senhores proprietários, que proibissem o ritual africano, e este atendendo a solicitação do credo, assim o fizeram, mas em seguida começou a decrescer a produtividade dos escravos e os senhores reclamaram junto aos jesuítas, solicitando novamente o ritual desses trabalhadores escravos, que foi concordado, mas teria que ter os santos católicos no altar, conga.

Assim foi admitido como espíritos superiores na categoria de Orixás, como divindades de Deus, detentores cada um de uma energia especifica. Do povo Indígenas buscamos os Caboclos assim como Tupã, conhecido como Deus supremo de todos os índios brasileiros, e seus atos de magia, através das plantas, curas físicas e espirituais em rituais com o uso da flora, fumo e bebidas.

Da relação dos enfermos que eram feitas antes do trabalho, na ordem de chegada de cada um, o caboclo, Sete Encruzilhada, indicava quais os que poderia curar, geralmente os obsedados, portadores de moléstia de origem espiritual e aos demais dizia que competia à medicina curá-los. (Relato de Marinho M. Ferreira).

Por determinação do caboclo, Zélio se casa e tem duas filhas, Zélia e Zilmeia, com pena das pessoas enfermas, que vinham de longe, pára as consultas e sem local para dormirem, passou a acolher em sua própria casa, cedendo muitas vezes o aposento das crianças, para que os doentes ficassem mais bem acomodados, até ao termino do tratamento e suas filhas dormiam em esteiras estendidas no chão.

Nas reuniões de estudos, que se realizavam as quintas feiras, a entidade preparava os médiuns que seriam indicados posteriormente para dirigir os novos templos. Assim, foi fundado o templo: Nossa Senhora da Guia, tendo como diretor espiritual Durval de Souza, Nossa Senhora da Conceição, diretor espiritual Leal de Souza, Santa Bárbara, diretor espiritual João Aguiar, São Pedro diretor espiritual José Meireles, Oxalá, diretor espiritual Paulo Lavois, São Jorge, diretor espiritual João Severino Ramos e São Jerônimo, diretor espiritual, José Álvares Pessoa. Esses foram os sete templos fundados e assim o irmão Zélio, cumpriu a sua missão de fundar a religião de Umbanda. Chamamos novamente a atenção do amigo eleitor, observem os nomes dados a cada terreira, em nenhuma tenda foi dados o nome do orixá e sim do santo católico utilizado pelo sincretismo o que nos leva ao raciocínio do cuidado das entidades em separar o culto Africanista do que hora foi fundado, não sendo também permitido o uso de instrumentos musicais dentro de sua liturgia.

Pouco depois a Umbanda começou a expandir-se pelos Estados de São Paulo, onde foi fundada na Capital 23 terreiras e em Santos mais 19. E a seguir, em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Em Belém, relata Evaldo Pina, fundou-se a Tenda Mirim de São Benedito, dirigida por Joaquim e Consuelo Bentes. Ele capitão do exercito, que servia na Capital da Republica, transferiu-se para o Pará, exclusivamente para levar a mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Confirma-se a frase pronunciada na Federação espírita. Levarei daqui uma semente e vou plantá-la no bairro de Neves, onde ela se transformará em arvore frondosa.

Em 1.937, os templos fundados pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, reuniram-se, criando a Federação Espírita de Umbanda do Brasil, posteriormente denominada União Espiritualista de Umbanda do Brasil. E em 1.947 surgiu o Jornal de Umbanda, que durante mais de vinte anos foi um órgão doutrinário de grande valor. Zélio Fernandino de Moraes, inaugurou também as federações umbandistas de São Paulo e de Minas Gerais.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

- O que é a Umbanda
Umbanda é um movimento mágico religioso cristão, que crê na reencarnação e teve seu surgimento em 15 de novembro de 1.908, através do caboclo das Sete Encruzilhadas, utilizando o médio Zélio Fernandino de Moraes, que contava na época com 17 anos de idade. E sua finalidade primordial é a de despertar anseios de espiritualidade na criatura humana, baseada na compreensão e plena sensibilidade, para com tudo e todos que cercam e compõem a humanidade e a sua teologia é de um ser supremo no aspecto trino e nas sete progressões evolutivas.

- A Umbanda é um seguimento do Africanismo.
Não a Umbanda é uma religião essencialmente brasileira, desenvolveu-se e consolidou-se em um credo apropriado à evolução temperamento, cultura e anseio do povo brasileiro. Formada das bases Africanas, Kardecistas, e a Católica.

- Porque, todo o médium tem o mesmo fardamento.
Na formação de uma corrente não deve ser destacado nenhum trabalhador, nem mesmo ou muito menos a direção, todos, terão que vestir com igualdade, usando a mesma quantidade de guias, desprovidos da vaidade. Munidos todos com macacões simbólicos de carne como operários da grande oficina de Jesus.

- A Umbanda trabalha com sangue
Não a Umbanda é cristã, segue as palavras de cristo em que o último sangue derramado em nome do Pai foi o cordeiro pascoal na quinta feira santa e depois o seu próprio sangue, então a nossa religião não prepara o médium para oferecer sacrifícios.

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